terça-feira, 24 de novembro de 2009

Inesperado

Finalmente terminei de subir essas escadas enormes, ao chegar no topo do prédio não tinha nada.     Simplesmente nada. Nada a não ser uma vista linda da cidade de São Paulo, Brasil. Para aproveitar essa calmaria tão rara em meio a uma grande metrópole como São Paulo sente-me à beira da "cobertura" do prédio. Fiquei pensando em como estaria aquela amiga que um dia briguei feio, e ainda tenho que me desculpar, ou se não naquela pequena cidade de praia onde tive minha primeira paixonite de verão com um surfista muito lindo ou se não nos bons tempos de infância em que tudo era lento, fácil e mágico. Não existia complicações. Sem aquele garoto que lhe roubou seu coração, e ainda se esqueceu de devolve-lô. Ou aquela inimiga que você nem liga, mas que parece que se revira à noite na cama procurando uma forma de destruír você. Sem também aquele livro chato e entediante sobre o renascentismo, cheio de "tus" e "vós" que você sabe que tem que ler para quinta, mas hoje é segunda e você nem começou a ler. Uma época feliz, que as únicas preoculpações eram se hoje vai passar algum novo episódio de "As meninas super-poderosas".
Quando eu percebi, já esta anoitecendo, e minha sombra cobriu uma mínima parte de um prédio à frente que é todo espelhado. Porém a sombra esta estranha, não corresponde com a imagem que tenho de minha silhueta. Até que sinto dedos em minha face e alguém com uma voz masculina bem adolescente diz:
- Adivinha quem é!?
Com o maior susto eu dei um pulo enorme, estava tão calma em meu refúgiu que nem ouvi ou vi o meu redor. E ainda mais, eu não tinha nenhum namorado, ou coisa do gênero, então não fazia a menor idéia de quem fosse..
- Sei lá! Me diga você quem é..
Ele riu, era um som rouco:
- Essa é a Jade que eu conheço.. - Então me soltou. Virei e vi, finalmente, quem era. Era Manoel.. Então arregualei meus olhos! Como assim só o Manoel?! Como ele me achou depois de tantos anos? Depois de quantos anos?? Acho que 5 anos.. Não me lembro, só sei que no momento que olhei em seus olhos algo bateu em meu peito, como um bicho querendo sair de uma gaiola preso a muito e muito tempo. Manoel fora meu primeiro amor. Foi quando percebi que a infância teminara e que agora só vinham os problemas da adolescência. É claro que na época eu não tinha essa consciência e tanto, mas hoje em dia eu tenho conciência de tal marco em minha vida. Tinhâmos apenas 10 anos, eramos os típicos namorados da mão-dadas, pois só faziamos isso. Na realidade eramos apenas grandes amigos, melhores amigos, mas você sabe como as crianças querem parecer crescidas, então eramos "namorados". A realidade é que eu o amava muito, mas ele me considerava sómente sua melhor amiga. Mas agora ele esta tão diferente. Magro, alto, com o corpo um tanto definido,mas uma cabeça de zabumba que vou te contar viu.. Mas ainda tinha o mesmo brilho no olhar e seu sorriso amigável.
Então para não parecer mais idiota do que já estava parecendo, já que estava à pelo menos 1 minuto sem fala:
- Nossa! Manoel! Quanto tempo! Como me achou? Como sabia que eu estaria aqui? E alias, como me reconheceu?? Ele riu pela minha surpresa e disse:
- Eu moro aqui nesse prédio, eu vi você passando pelo corredor do prédio, só que acho que seu iPod estava em volume tão alto que você não me ouviu.. E te reconheci porque ainda continuo sendo um bom fisionomista. Mesmo você tendo mudado tanto (então ele me olhou de cima a baixo).
Nesse momento corei um pouco, mas como se fosse possível eu corar, do jeito que sou morena! E disse-lho:
- Bom, não fui a única a mudar! Então, conseguiu finalmente uma namorada de beijos e não só de mãos dadas? - Acho que ele entendeu o trocadilho, e disse que sim, mas acrescentou que como a namorada de mãos dadas dele não houve nenhuma. Eu sorri com o elogio, aah, não me olhe com essa cara, eu era solteira, 15 anos.. ele tinha 16.. Nenhum crime. Tanto que foi ele quem passo as mãos pela minha cintura e foi ele quem me beijou. Então técnicamente, não fiz nada que não pudésse..

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