terça-feira, 6 de setembro de 2011

Que atire o primeiro osso quem nunca amou um cão

Mais que família.
Porque já passou de clichê a história do cão é o melhor amigo do homem.
Mas é.
É muito estranho, para se pensar. É raro se criar tanto afeto, amar, algo que não é humano.
"Seria isso possível?" perguntaria o cientista antropocêntrico. E é visto, dia-a-dia. Mais comum que pensa. Como é possível se criar afeto por algo que nem raciocina, não pensa?
O ser humano se esquece que não ter raciocínio lógico não significa não ter sentimentos. E é isso que é demonstrado quando se cria afeto com animais.
E eu estava pensando nisso hoje. Como é possível eu amar meu cão? Como é possível escorrer lágrimas dos meus olhos ao ver ele doente? Como é possível não sorrir quando lembro do dia que ele chegou, desajeitado e patinando com as pequenas patas pelo chão da garagem? Do dia que decidi dar à ele o nome de criança, baseado no desenho infantil: Arnold.
E agora já se passaram 10 anos. 10 longos anos. E sabe, ele foi um companheiro, de verdade. E logo depois veio a Helga. Me lembro de como eu sentava na janela do meu quarto e fazia carinho neles enquanto falava sobre meus problemas, como se eles fossem meus amigos.
E me lembro dos banhos, em que os púnhamos na pequena piscina azul daqui de casa. Tinha de ser em um dia de calor, e era um desafio prende-los sem deixar eles saírem correndo da piscina em um pulo estratégico e seguir em direção ao terreno, e consequentemente, à terra.
Também das vezes em que, escondidos, vimos ele abrir com o focinho a porta da frente, tirar o cadeado e puxar com a pata a porta.
Talvez seja por isso que dói tanto ver ele assim, pelas lembranças. Dói mesmo, dói como se fosse humano. E não importa que não seja. Não importa que não pense ou raciocine. Que não saiba falar. Ele é parte da família.
E dói ver ele assim.
Por isso não tenho vergonha de falar que amo ele, amo meu cão.
E que se algo acontecer, eu vou sentir a falta dele.

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