sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Entrevista com Jostein Gaarder pela Revista Superinteressante

No começo de Maya, sua obra mais recente, há uma referência à brevidade do tempo. Por que isso lhe inquieta tanto?
Você não acha que nossa existência é muito curta?

Eu acho que sim. Muita gente acha que não. Em Maya, esse tema é discutido logo no começo, quando um dos personagens pergunta a outro: Se lhe dissessem que acendendo essa chama você viveria eternamente, você acenderia? E o outro responde: Acenderia sem nenhuma dúvida. Eu também acenderia sem hesitar. Nem me arrependeria depois de um milhão de anos. Muitos leitores comentam que os personagens dos meus livros sempre celebram a vida, o que é verdade. Você já se deu conta do quanto se fala sobre a vida nos funerais?

Como você pode estar tão seguro de que não se arrependeria ao escolher a imortalidade?
A vida e a morte são duas caras da mesma moeda. Mas a minha escolha seria clara. Não duvidaria.

Ao acender a chama você provavelmente ficaria com um único lado da moeda...
Talvez fosse perigoso. Conheço os dois lados da moeda. Mesmo assim, escolheria a vida eterna. Não tenho o suficiente com apenas uma vida. Quando tinha 15 anos, já pensava assim.

Como é a sua relação com a morte?
Vejo a morte como o final da vida. Epicuro dizia que não temos que nos preocupar com a morte, porque quando a morte existe, nós não existimos.

Como você se define? Escritor ou filósofo?
Se tivesse que escolher, diria que escritor. Quando era professor já escrevia. Logo publiquei O Mundo de Sofia e fui ao mesmo tempo uma coisa e outra. Através do Espelho e Ei! Tem Alguém Aí? foram livros filosóficos. Minha ligação com a vida tem sido essa desde sempre. Agora espero ser mais escritor.
(...)

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Gênio. Não há palavras melhores à defini-lo. Eu admiro esse homem tanto. Sabe, é estranho pensar no "admirar". Porque admirar alguem? Talvez seja porque você gosta tanto das pessoas, de suas ações e de seus pensamentos que ela te faz querer ser como ela. É o que sinto pelo Josteein Gardeer.
Tenho vontade de poder ler todos os pensamentos dele, mas sei que seria impossível. Se às vezes penso que não aguento mais de tanto que reflito, crio teorias, e o tanto que tem de pensamentos dentro de mim, imagine dele, um filósofo, um intelectual, mais velho, mais experiente e mais sábio que eu.
Imagino conversar com ele.
Deve ser fascinante.
Um dia realizo esse sonho.




(fonte: http://super.abril.com.br/superarquivo/2000/conteudo_118712.shtml)

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