sexta-feira, 25 de setembro de 2009

´Música;

Música é tudo. Até a palavra "música" é melodiosa. Quando me deito, e ponho meus fones, a música se espalha pelo meu corpo inteiro. A música já não entra pelos meus ouvidos, como flui pelo meu corpo todo, como um pano suave que me recobre. De repente, não estou mais em minha cama. Estou de olhos fechados, mas sinto-os bem abertos, captando a multidão em minha frente, os rostos iluminados pelos holofotes. A música não é mais um som, é algo sólido. Ele caminha em minha frente e flutua pelo ar. Então, eu sinto. Sinto a pressão da corda da guitarra sobre meus dedos. Sinto a baqueta fazer seu caminho em direção ao tambor da bateria, e ressoando ao encontro. Sinto meus dedos rápidos pressionando cada tecla do teclado, num movimento único e repetitivo. Sinto minha voz fazendo seu caminho, desde o fundo de meus pulmões, passando pela garganta e se propagando para o ar. Tudo vibra, respira, se meche de acordo com cada nota da música. Tudo é música. A música tomou conta.
E então, algo está chegando. O final. É como se a música inteira caminhasse para o final, como uma pessoa caminha desde que nasce para a morte. É esperado, rápido e lento, e maravilhoso. As cordas vão mais rápido, a batida mais alto, mais alto, mais rápido, e mais rápido, mais um acorde, mais uma nota... Então, a última nota. Um uníssono de toda a música, cada som. Ele ecoa, rápido, porém continua. Vai fazendo seu caminho por entre cada pessoa, passando por cada obstáculo, recoando, ressoando, ecoando, refletindo em cada superfície que encontra. Ele flutua até sumir, como uma névoa... E então, desaparece. A música acabou.
E eu abro os ollhos. Estou na minha cama.. até que a música comece de novo.

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