sábado, 28 de maio de 2011

Noite Eterna, Claudia Gray

"Com cuidado, embrulhei o broche em uma de minhas encharpes de inverno, aninhando-a no fundo de uma das gavetas da cômoda. Então quase joguei fora o envelope, para esconder as evidencias, mas percebi que havia algo mais dentro dele. Um cartão, daqueles mais caros, vendidos em museu, de papel grosso e brilhante e com um quado estampado: O Beijo, de Klimt. Desviei os olhos para a gravura identica pendurada ao lado de minha cama. A mesma que ele havia visto quando estávamos aqui, rindo e conversando e namorando, durante aqueles breves meses que ficamos juntos.
Solenemente, abri o cartão e li o que estava escrito.


Bianca, tenho que ser breve. Você precisa destruir este cartão assim que terminar de ler, porque seria perigoso para você se a sra. Bethany o descobrisse. E eu te conheço. Se eu escrever demais, você vai guardá-lo para sempre, não importa quão perigoso que seja.

Tive que sorrir. Lucas de fato me entendia.


Eu estou bem, assim como minha mãe e meus amigos, graças a você. Você foi mais forte do que eu poderia ter sido aquele dia. Eu não teria tido coragem de dizer-lhe adeus.
E não estou dizendo adeus agora.
Vamos estar juntos de novo, Bianca. Não sei onde, nem quando, mas sei disso, sem dúvida alguma. Não poderia ser de outra forma.
Tenho que acreditar nisso. Porque acredito em você.


- Eu acredito nisso, Lucas - sussurrei. Nós nos reencontraríamos algum dia, e tudo que eu precisava fazer era aguentar até que esse dia chegasse. De algum modo, Lucas e eu acharíamos um modo de estar juntos de novo.
Coloquei o cartão junto a meu peito. Eu o queimaria daí alguns minutos, mas ainda não, não naquele momento."

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