sábado, 28 de maio de 2011

E o amor?

Amor? Bom, vamos lá... amor. Talvez ele seja como uma rosa, sabe...
Não. Vamos explicar por partes. Meu amor? Bem...
Eu sempre amei o amor. Pelo menos, antes de presenciá-lo. Mentira. Sempre o presenciei. Desde que me lembro por gente, o amor sempre estava lá, dentro de mim. Eu só estava esperando a hora que ele saísse para dar uma voltinha.
Bom, eu sempre amei o amor. Sempre amei ler, também. E que parte da leitura não nos conduz ao amor? É visível, quase uma personificação ao contrário, em forma de palavras, um sentimento impalpável. E eu sempre amei histórias de amor. Finais bons. E finais perfeitos - note-se que eles não são iguais. Só estava esperando o meu amor sair pra dar uma voltinha...
Acho que me apaixonei pela primeira vez na 4º série. Vou dar nomes, porém não completos. Vamos chamá-lo de Philos. Ah, como eu gostava dele... de maneira ingênua. Tudo começou na manhã em que eu realizei que ele parecia um príncipe. Loiro, dos olhos verdes. E ele, bem mais velho, me tratava tão bem. Dizia que me amava, e que ia casar comigo. Obviamente, não de um modo sério. Mas de um modo brincalhão, fraternal. Mas eu levei a sério.
Sim, sofri. Me lembro de chorar, e falar para minha mãe que foi só alguma daquelas vezes em que eu chorava pelos finais dos livros. Mas se passou, conforme foram passando-se o tempo.
E o tempo passou. Eu sempre amava cada vez mais o amor. E com o tempo, não mais de forma ingênua. Eu via minhas amigas darem os primeiros beijos, e terem o primeiro amor...
Até eu conhecer o Eros. Cara, como eu amava ele. Mas com certeza, foi por ele quem eu mais sofri.
Ah, e como sofri. Pois amei ele, mas de uma forma arrebatadora, apaixonada. Sofrida. A partir do momento em que me apaixonei por ele, sofri por ele. Parte por imaturidade minha, parte por imaturidade dele.
Mas ele não foi meu primeiro beijo... Ah, não. Por não olhar o amor como forma mais ingênua, eu sabia que meu primeiro beijo não seria um final perfeito, mas sim, um final bom. Ok, explicar-lhe-ei: sabe quando o final não é como esperado? Por exemplo, o mocinho não fica com a mocinha, mas tudo se encaixa? Não seria tudo às mil maravilhas apenas.. um final certo. Sim um final certo, e era com esse sentimento que eu queria que fosse meu primeiro beijo.
E foi. Foi certo. Foi o melhor primeiro beijo que eu poderia ter tido. E foi com Àgape. Foi no meio da minha fase amadora/sofredora pelo Eros. Não, eu não me senti mal, ou traindo, ou culpada. Eu sabia que meu primeiro beijo não podia ser por alguem que eu estava apaixonada, principalmente quando eu já sabia, no fundo de meu coração que meu amor/sofrer não duraria muito. Afinal, quais são as chances de o cara do seu primeiro beijo ser o cara do seu final perfeito?
Então, meu primeiro beijo foi com Àgape.
E assim se passou.
Comecei a namorar/sofrer (sempre incluir o sofrer) Eros, e estava indo tudo bem (ou não tão bem assim) até Àgape se declarar por mim. Aparentemente, para ele, nosso beijo havia sido mais 'perfeito' do que 'certo'.
E eu odiava isso. Pois toda vez que ele falava comigo, eu sentia, eu me identificava na dor. Eu fazia ele sofrer tanto quanto eu sofria, e isso me deixava uma angustia quase tão ruim quanto o próprio sofrer.
Ok, agora voltemos à analogia do começo da história, aquele de que sempre tive o amor dentro de mim, e que eu só esperava ele sair para dar uma voltinha? Pois bem, com Eros não foi assim.
Meus sentimentos em relação à ele eram tão sofridos, arrebatadores, imaturos e entregues, tão adolescentes, e ele era tão frio e corrompido em relação à mim, que meu amor, em vez de dar uma volta, foi cavado. Como terra, com um buraco no meio.
E, no meio disso, Àgape me curava.
Acabei por terminando com Eros. E aos poucos, Àgape foi me preenchendo, me trazendo de volta, trazendo meu amor de volta... Até eu me sentir completa de novo. E essa foi a primeira vez que o amor decidiu dizer adeus à dentro de mim, e não só passear, mas se mudar para meu relacionamento com Àgape.
E foram os melhores dias.
Os dias mais completos.
Até que olhei para Àgape, um dia, após mais um de meus surtos impacientes de sugação de amor. Percebi que talvez eu não o preenchesse. Será que enquanto ele fazia tão bem à mim, eu fazia tão mal à ele?
E aquele sentimento horrível de culpa voltou. Ele me consumia completamente, e eu não conseguia mais pensar em Àgape sem relembrar o que eu talvez estivesse fazendo com ele.
E foi aí que minha imaturidade reagiu de novo, e eu fiz a pior escolha de toda minha vida.
Decidi terminar com ele.
Foi a uma hora mais díficil de minha vida. Em uma hora, pensei no mínimo umas 12 vezes em desistir. Enxugar as lágrimas dele com meus lábios, e dizer: esqueça tudo que eu disse. Pare de olhar a praça, o céu, pare de sentir o vento, me abrace, esqueçamos.
Mas eu olhava suas lágrimas e me lembrava. E ele então menciona uma menina.
Foi quando meu ciúme agiu junto com a imaturidade e egoísmo: "Bom, talvez eu esteja fazendo uma coisa certa". Mal sabia que estava sendo injusta e mesquinha, e apenas piorando minha situação.
E meu egoísmo, ah, meu egoísmo. Eu achava que por estar completa de novo, meu amor apenas voltaria para mim. Mas como eu estava errada.
Àgape, ao ser retirado de minha vida, foi retirando também seu amor de volta, me deixando vazia de novo.
E hoje ainda tenho espera que eu possa repreenchê-lo, e com Àgape. Eu sinto falta dele. De nossas risadas, piadas, beijos, beijos e beijos, e abraços, e viagens, e como na época, todas as músicas me lembrarem dele ser algo tão maravilhoso, agora ser algo tão doloroso.. pois todas as musicas me lembram ele.
Mas eu o machuquei. Eu o deixei vazio. E quem sabe agora ele não esteja repreenchendo esse vazio com outro alguem, ou até mesmo sozinho, ou já o preencheu. Eu tenho de dar esse direito à ele.
E então me pergunta: 'Ah, o amor?'
Seria de se esperar, que depois de minhas palavras exageradas, e menções negativas mais numerosas que positivas, eu diga que deixei essa inocencia de lado.
Mas não.
Talvez, eu esteja sendo tola por ainda pensar desse modo. Mas concluí que o amor talvez seja como uma rosa...
Há os espinhos, que machucam e ferem, e há o vermelho, que arrebata e atinge...
Mas há o perfume doce e tenro. Que acalenta, e chega à você antes dos outros, e completa.
E toda vez que eu vejo um final perfeito, eu sinto um aperto no coração, de um jeito bom. Como se eu sentisse esse cheiro. É quando a gente pensa: eu quero esse perfume pra mim, um frasco todinho dele.
E talvez eu esteja sendo boba querendo um final feliz de amor para mim, e talvez eles não existam. Mas enquanto eu sentir esse aroma, eu vou crer nele...
Para pelo menos, ter um final bom, ou certo.
Então, amor? Talvez ele seja como uma rosa, e acho que de vez em quando ele resolve sair por ai.. para espalhar seu perfume.
Só tome cuidado para não se espetar.









P.S.: Explicação dos nomes: Não quis por os nomes verdadeiros, por meus motivos bobos e criativos que algum dia algum dos três chegue a ler esse post. Então, me recordei (incrivelmente, depois que formulei o texto, e percebam como até as palavras se encaixam) do conceito grego, de que existe três tipo de amor, e eles se acasalaram completamente e perfeitamente em seus devidos papéis, de maneira que se poderia dizer, quase 'destinosa', certa.
Philos seria o amor fraternal, de amizade e inocencia.
Eros seria a paixão arrebatadora e carnal, passio (paixão por significado de sofrimento), que mata, que faz doer e se entregar fisicamente.
E Àgape é o amor que perdoa, não arde em ciúme, é paciente, é benigno.
Os nomes se encaixaram perfeitamente, certo?

Metamínia do inexistente

Cheguei à conclusão, que talvez o amor seja como uma rosa. A parte da paixão, seria o vermelho, a parte da ternura, o perfume doce, a parte dolorida, os espinhos. No conjunto, algo belo e intimidador.

Noite Eterna, Claudia Gray

"Com cuidado, embrulhei o broche em uma de minhas encharpes de inverno, aninhando-a no fundo de uma das gavetas da cômoda. Então quase joguei fora o envelope, para esconder as evidencias, mas percebi que havia algo mais dentro dele. Um cartão, daqueles mais caros, vendidos em museu, de papel grosso e brilhante e com um quado estampado: O Beijo, de Klimt. Desviei os olhos para a gravura identica pendurada ao lado de minha cama. A mesma que ele havia visto quando estávamos aqui, rindo e conversando e namorando, durante aqueles breves meses que ficamos juntos.
Solenemente, abri o cartão e li o que estava escrito.


Bianca, tenho que ser breve. Você precisa destruir este cartão assim que terminar de ler, porque seria perigoso para você se a sra. Bethany o descobrisse. E eu te conheço. Se eu escrever demais, você vai guardá-lo para sempre, não importa quão perigoso que seja.

Tive que sorrir. Lucas de fato me entendia.


Eu estou bem, assim como minha mãe e meus amigos, graças a você. Você foi mais forte do que eu poderia ter sido aquele dia. Eu não teria tido coragem de dizer-lhe adeus.
E não estou dizendo adeus agora.
Vamos estar juntos de novo, Bianca. Não sei onde, nem quando, mas sei disso, sem dúvida alguma. Não poderia ser de outra forma.
Tenho que acreditar nisso. Porque acredito em você.


- Eu acredito nisso, Lucas - sussurrei. Nós nos reencontraríamos algum dia, e tudo que eu precisava fazer era aguentar até que esse dia chegasse. De algum modo, Lucas e eu acharíamos um modo de estar juntos de novo.
Coloquei o cartão junto a meu peito. Eu o queimaria daí alguns minutos, mas ainda não, não naquele momento."

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Anonymous

The subway sways, back and forth, everyday. Everyone was anonymous, even face to face. He stared down at the tiles, seeing only feet and ankles for miles, while the music put him on another world. The door opens and closes, opens, another rider sneaks in. It closes again. The music gets louder. Louder. It had to compete with the accelerating subway.
He sat alone, towards the rear of the train. His forehead kissed the glass window. His ear buds snugged tight. He seemed pretty still, eyes closed, he bundled his sweater into a ball and placed it on his left shoulder. Soft. He could feel the vibrations of the train and the heavy beat of the music. His feet tapped the floor in harmony with the hard beat. Tap tap.

The music gave him peace. It allowed him to think. He felt connected. He sensed a pair of eyes on him, but he didn’t care. He had no specific destination. He stepped off the platform and could feel the thunder of the subway. He blended in. Everyone was anonymous, but everyone had a story.

sábado, 7 de maio de 2011

Eu nunca estive tão sozinha. Tão mal.
Juro, estou decepcionada com todos. A mim mesma. Meus pais. Meus irmãos. Meus (não tão) amigos.
Todo mundo.
Ninguem me ajuda. Ninguem me suporta. Ninguem se importa.
Eu não aguento mais.
É é difícil até de escrever porque eu não enxergo nada, atraves da lágrimas, e meus dedos não param de tremer por causa dos soluços.