Dor. Foi o primeiro pensamento que me veio à cabeça, ao acordar. Muita dor.
Era como se alguem tivesse aberto meu peito impieduosamente com uma faca cega, para então serrar meu ossos lentamente e depois arrancá-los fora, e então tirar meu coração feromente para fora de meu corpo, e amassá-lo no chão até se transformar numa massa vermelha e sangrenta.
Muita dor.
Eu acordara chorando, soluçando e tremendo. Ao me ver meu pai perguntou "O que foi?!", e ao perceber meu estado me tentou dar aquele remédio com gosto horrível.
E então, ao conseguir respirar por entre a dor, eu disse, lentamente "Foi um pesadelo, papai. O pior da minha vida. E agora está doendo".
E ele me abraçou. Mesmo assim a dor não passou.
Fora horrível. O pesadelo era antes um pensamento que eu tentava afugentar de todos os modos de minha cabeça "Bobagem, bobagem!..." Mas então, meu subconciente fez o favor de traze-lo a tona, da pior forma possível.
O pesadelo não era real, mas a dor era. Talvez tenha sido simplesmente pela idéia do pesadelo, pelo fato de as cenas terem sido tão vívidas, ou, pelo pior: o medo de que se tornasse real.
Por que nada podia ser pior do que aquilo.
Se apenas com um pesadelo, uma simples manifestação do meu subconciente, um simples pensamento, eu já estava daquele modo, imagine como seria se se tornasse real.
E agora cá estou eu, já com o peito e os ossos no lugar, mas com um coração faltando.
Um buraco no peito.
Tudo por causa do maior pesadelo da minha vida.
Não vou descrever meu pesadelo aqui. Seria horrivel, apenas abriria umas cicatrizes no peito.
Mas eu rezei para que a dor passasse.
E que o pesadelo, nunca se tornasse realidade, para que a dor verdadeira viesse à tona.
Ana, cara, o que aconteceu em quanto eu estava fora?
ResponderExcluir