Eu coleciono amores.
Não acho que seja um defeito. Não posso escapar: amo muito. E amo forte.
São como pequenos botões, que guardo em uma gaveta com muito carinho.
São como pequenos traços de tinta, pequenas flores que nascem no meu jardim, pequenas gotas de chuva... um pequeno aperto de dor.
Cada um de meus amores faz parte de mim, eu gosto de carregá-los na minha bolsa quando vou passear. Às vezes um deles volta e uma lembrança perfumada faz meu coração apertar: a que saudades dos seus beijos...
E quando vejo uma foto, quando sinto seu cheiro, quando sonho com você: ah que saudades do meu primeiro amor.
Que saudades desse botão
Dessa cor
Desse aperto
Da pra gente se ver? Só mais uma vez? Vem ser meu amor, mais uma vez, vai.
Somos dois botões diferentes agora, eu sei, somos gente grande, vai ser diferente e a mesma coisa ao mesmo tempo!
Eu amo minha coleção, não troco por nada, não.
Pois foi cada um de meus botões que fez meu jardim florescer.