segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Paladar

Tenho um gosto de esperança na boca, bem no finzinho.
Mais pro começo, sinto um pouco de aperto no coração. Mas ando tomando chá de ignorância, pra ver se disfarça esse sabor.
E Deus, foi bom matar um pouco dessa saudade que subia pela garganta, apesar de ainda sentir sua efervescência.
E coçando no céu da boca, está a motivação pra continuar. Esquecer o que aconteceu, fingir que não me importo. Ficar feliz, e evitar a confusão que se desenrola entre línguas, ou desenrolou entre bocas. Guardar nas lembranças, e, com muito cuidado, esquecer o sabor. Porque ele é tão bom, que vicia, e desse vício, já não posso mais abusar.
Então me resta engolir o tal gosto de esperança, pra evitar o corroente desapontamento.
É um pouco amargo, mas eu supero. Afinal, sou 'doce'.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Madrugada

Pára com isso, menina! Se ajeita, se apruma, passe a mão pelo vestido, levante-se, arrume a postura, e anda!
Finja que nada aconteceu. Sorria, e comprimente. Vire as costas, engula o choro. Está tudo bem, está tudo bem.
Você é bem melhor do que isso, bem melhor. Está na hora de criar um pouco de orgulho. De mostrar sua felicidade, e de se deixar ser feliz, e dos outros verem isso. De lembrar daquele sorriso bêbado às 3 horas da manhã. Aquilo foi felicidade. Pelo cheiro bom de café no ar. E pela companhia.
Isso, pense na companhia! Disso não pode reclamar agora. Está indo bem, então deixe-o ver isso! Deixe que veja como está bem! Mostre pra ele o orgulho, a felicidade!
Ele vai ver como você está melhor, mesmo sem ele. Aliais, para isso, bastaria só o barulhinho da chuva, mas ele não sabe...
Mesmo que não o atinja, não importa.
O objetivo era demonstrar o que sente: se deixar ser feliz.
Como resolução de ano novo, feitas num sorriso bebado às 3 da manhã.